Impasses para a sustentabilidade

Inegavelmente, o resultado principal do fenômeno da exclusão social é a pobreza. Não apenas a disparidade entre pobres e ricos tem crescido nas últimas décadas, como também o número de famílias que vivem no limite da pobreza.

Hoje, a pobreza é um fenômeno global, atingindo cerca de bilhões de pessoas, cerca de 38% da popu-
lação mundial.

No Brasil, um dos países onde as desigualdades são acentuadas, cerca 56 milhões de pessoas vivem na pobreza, sendo que 16 milhões vivem na extrema pobreza.

Disparidades extremas na acumulação de riquezas ocorrem em grande escala e são particularmente visíveis nas grandes cidades, e não só por falta de renda para o auto sustento. Condições básicas para uma vida digna são a satisfação das necessidades alimentares, a moradia digna, educação, atendimento médico, recreação, lazer e acesso à informação.

Ainda é considerado fator prioritário a qualidade ambiental, ou seja, a disponibilidade de infraestrutura sanitária, o controle do nível de poluição e a degradação ambiental.

Da mesma forma que se registra um nível de vida descolado da realidade, também observamos um aumento da destruição e degradação e contaminação ambiental em todas as partes do planeta.
A transformação do ecossistema está ocorrendo numa velocidade alarmante se comparada a dados das décadas anteriores. A cada ano, milhões de hectares de terra produtiva são transformados em desertos sem uso. O desmatamento das florestas continua, não obstante o policiamento governamental.

Existe, com certeza, relação direta entre pobreza e degradação, o que demonstra claramente que a questão ambiental é eminentemente social. Porém, a pobreza pela falta de mínimas condições de esgoto e água é apenas um dos fatores. Políticas públicas, em muitos lugares, determinam a degradação do meio ambiente.

Uma outra forma de desigualdade está relacionada às disparidades existentes entre gerações atuais e futura, pois, mesmo com a luta diária de especialistas em meio ambiente, estamos transformando as consequências negativas dos impactos ambientais do atual sistema de produção e consumo para as futuras gerações, privando-as do usufruto das riquezas naturais que nossa geração está explorando.
Desenvolvimento sustentável que é o que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de futuras gerações satisfazerem suas necessidades.

Conhecendo a situação nas periferias urbanas e rurais, dá para entender os processos que levam à exclusão e a degradação ambiental, problema que não é somente das grandes cidades.

O Conexidades, em São Sebastião, procurou levar à reflexão prefeitos, vereadores, secretários municipais e estudiosos, em painéis específicos sobre a questão da sustentabilidade e o meio ambiente.

Por isso, deve-se comemorar o novo Marco Legal do Saneamento Básico. Estando com ele, entendendo a necessidade de contar com a iniciativa privada, poderemos adotar medidas para o desenvolvimento socioeconômico, o equilíbrio ambiental e o respeito a todas as formas de vida.

Implantando vigorosamente programas de educação ambiental, proteção dos nossos mananciais, adaptados às necessidades da realidade local, água tratada, esgotamento correto, diminuiremos dificuldades impostas à pobreza extrema.

No centro de tudo isso, encontrar-se-á verdade elementar de que o centro de todo desenvolvimento deve ser a pessoa humana.