Por Silvia Melo*
As mulheres estão hoje em posição invejável no cenário mundial. Somos metade da população universal. No Brasil, 52% dos eleitores, com direito a voto, são constituídos por mulheres, fato que foi conquistado pela Constituição de 1934.
As mulheres estão conquistando espaços no cenário empresarial, no mundo dos negócios, na internacionalização das relações comerciais, todavia no cenário político o caminhar é curto e difícil.
Dos 5.570 municípios do país, 1.290 não tem sequer uma mulher nos legislativos municipais, por falta as vezes da própria mulher que não avança na vocação de servir sua gente, através do mandato.
A Democracia vive, nesse século, que é o “Século dos Municípios”, o seu grande e maior paradoxo. No momento em que se aproxima seu maior êxito, ela se vê as voltas com perigos que ela nunca imaginou, num período após as terríveis experiências dos últimos anos na América Latina.
Estamos nos despedindo da velha ordem. Um período histórico que trouxe tristeza para a nação brasileira. E não podemos permitir que isso aconteça, avançando nos espaços ainda vazios da política.
A construção dos novos tempos depende da nossa ajuda para ser consolidado. Exatamente por isso aceito o desafio proposto pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, o que incentivar a mulher a participar, com sua inegável sensibilidade, da vida pública, mostrar que somos capazes de avançar, reforçar o principio democrático, sem qual é impossível derrubar preconceitos e conquistar posições. Iniciar ações multiplicadoras é o que quer a ministra Damares, que tem ao seu lado, as secretárias nacionais da família, Dra Angela Gandra Martins e de Políticas para Mulheres, Cristiane Britto.
A triste posição do Brasil, de primeiro lugar em feminicídio na América Latina precisa nos levar a combater o mal, provocar a denúncia, derrubar o silêncio das que sofrem agressões.
A partir do Manifesto 2.000, elaborado em 1.999, a Unesco mobilizou uma campanha mundial e declarou esse o “Ano Internacional por uma Cultura de Paz”, que difundiu seis princípios: respeitar todas as formas de vida, rejeitar a violência, compartilhar, ouvir para compreender, preservar o planeta e redescobrir a solidariedade.
Muitas mulheres acreditam que as grandes vencedoras possuem um segredo que lhes possibilitou a conquista do êxito. Tal segredo, no entanto, todas podem possuir. Qualquer pessoa – na vida pública ou na iniciativa privada – pode chegar aos mais altos lugares, desde que tenha uma inabalável firmeza de vontade, uma grande tenacidade e muita confiança no seu próprio valor.
O painel das mulheres no “ 2º Congresso Nacional de Prefeitos” me mostrou novos caminhos, mesmo ao longo dos meus vinte anos ao lado da vida pública. Conclui que temos que ir em frente, dedicar ainda mais nossas experiências à causa de combate ao preconceito, trabalhando pela protagonismo.
Não precisamos fazer como Maria Quitéria, a militar que se disfarçou de homem para lutar na guerra da Independência do Brasil.
Devemos fazer como Eleanor Roosevelt, a primeira grande dama americana, que se tornou célebre como ativista dos direitos humanos e embaixadora da ONU.
Afinal, o futuro de uma pessoa é como um pássaro em suas mãos, ele pode ser esmagado e reduzido ao fracasso ou pode abrir suas asas ao vôo do sucesso.