Empreendedorismo feminino cresce ações de fomento

Mulheres do campo também mostram sua força

Faculdade Sebrae em São Paulo, foi palco do evento “A força do Empreendedorismo Feminino”, que teve como data 25 de novembro, dia celebrado anualmente pelo ONU desde 1999, como o Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.

Segundo dados do Sebrae em parceria com o Global Entrepreneurship Monitor (GEM), no Brasil há 24 milhões de mulheres empreendedoras, equivalendo a 48,7% do mecardo empreendedor no país. Os dados ainda apresentam que são elas as principais empregadoras e geradoras de oportunidades; em 2020, período pré pandêmico, mais de 30% das donas de negócio afirmavam esperar contratar mais colaboradores no período de cinco anos. Mesmo assim, sofrem com questões como a violência, diferença salarial, entre outras.

Com foco no empoderamento feminino, o evento trouxe painéis como “Dignidade, economia financeira e violência doméstica”, mediado por Fernanda Marsaro, diretora de políticas de autonomia econômica e relações sociais das mulheres; “Empreendedorismo Rural traz oportunidades e transforma a vida”, apresentado por Juliana Farah, vice-presidente do conselho feminino da Fiesp – Confem e da Virada Feminina Nacional, entre outras.

Foi lançado durante o evento o programa do governo federal “Agricultura da Vida”, que conta com a parceria várias entidades como Sebrae, Senar, Faesp, Virada Feminina e Semeadoras do Agro. A data escolhida faz jus ao Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, celebrado anualmente pela ONU, desde 1999.

Com plateia cheia, a Ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Britto, contextualizou ao público sobre o nascimento do projeto. “Não é fácil chegar ao campo e falar de violência doméstica. Para ter um trabalho efetivo e com capilaridade lanço o desafio de fazer com que as dificuldades não impeçam o nosso avanço, para tanto vamos também promover a ação “Maria da Penha vai à Roça”, para conscientização desse público”.

“Agricultura da Vida”, disponibiliza mil vagas para o curso que visa capacitar mulheres do campo para a produção de alimentos saudáveis durante a gravidez e a maternidade. A formação é online, gratuita e faz parte das ações do Programa Mães do Brasil. A iniciativa é do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) em parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) e o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O programa nasceu do desejo de enfrentar a violência contra mulheres do campo diante do desafio de alcançar comunidades rurais brasileiras, tema que também norteia as ações realizadas pela Semeadoras do Agro, da Faesp – Senar – Sindicatos Rurais, fundada no dia 8 de março desse ano, na forma de Órgão colegiado de caráter consultivo, e vinculado à Presidência da entidade que tem o objetivo de unir esforços em prol do protagonismo das mulheres nas diversas atividades no campo. Juliana Farah, que é também uma das semeadoras comenta que desde o início dos trabalhos 7.500 mulheres já foram capacitadas através dos cursos oferecidos. “Através de parcerias com as prefeituras, sindicato rural, Sebrae, Faesp e Senar, levamos nosso primeiro módulo é para que as mulheres descubram sua força, para isso trabalhamos temas como a inteligência emocional, reaviva a autoestima da mulher, mostrando para ela o empreendedorismo além de oferecer as linhas de crédito já existentes no mercado, para que possam empreender e sair dessa situação de vulnerabilidade”, ressalta ela.

A parceria, assinada por meio de um acordo de cooperação técnica, envolve, além do Poder Executivo, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP) e o Sistema Faesp/Senar-SP (Faculdade Evangélica de São Paulo e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).

O presidente do Sebrae/SP e vice-presidente da Faesp/Senar-SP, Tirso Meirelles, disse que a parceria assinada entre as entidades com o governo federal “representa uma força de muita referência”. “Só vamos conseguir mudar algo quando todos nós nos unirmos. Plantaremos mais sementes para, no futuro, as pessoas colherem frutos do nosso empenho”, finalizou.
Paralelo ao lançamento do programa, mulheres empreendedoras de diversas áreas, participaram de uma feira, expondo e vendendo seus produtos.